
Uma das práticas de “mindfulness” que mais tenho descoberto e apreciado é a arte de extrair café. Sim, fazer o café do dia, seja pela manhã, à tarde ou até mesmo em ambos os momentos, tem se mostrado uma excelente maneira de focar no presente. Para mim, mais de duas xícaras de café e já fico superligado! Mas, às vezes, acabo sacrificando esse limite, especialmente quando estou testando diferentes cafés ou ajustando receitas de extração. No fim, fico parecendo o Homem-Aranha, só que sem superpoderes.

Mas, voltando ao tema, preparar o café do dia tem inúmeras vantagens. A primeira é aquele abraço aconchegante que sentimos ao fazer algo que sabemos que faz bem para nós. A segunda, claro, é o “push” da cafeína, essa sustância psicoativa que nos dá o combustível para o dia. E, finalmente, tenho refletido que para fazer um café realmente gostoso e aproveitar ao máximo o sabor, é necessário estar presente. Isso, por si só, é uma prática de mindfulness extremamente eficaz.
Agora, para preparar um café de qualidade, precisamos ter certo conhecimento. Afinal, estamos investindo um recurso econômico importante nessa bebida. Por isso, quero compartilhar um pouco sobre o que é necessário para garantir que esse investimento traga os melhores frutos. Assim como um pé de café que oferece os melhores frutos, os cafeicultores fazem o seu trabalho para nos entregar as melhores sementes para torrar. E, claro, como transformar essa matéria-prima em grãos que nos proporcionem uma boa extração.
Recentemente, tenho recebido mensagens de amigos e clientes dizendo: “Poxa, Juan, preparei o café em casa, mas não ficou nem parecido com aquele que experimentei na Montanita.” E sim, é verdade, a experiência em casa pode ser bem diferente. Isso passa por duas questões principais. Primeiro, a experiência que você teve lá na nossa amada e conquistada esquina do centro histórico de Paraty estava em um contexto único: férias, uma cafeteria com uma proposta sensorial que envolve desde a cor das paredes até o atendimento, a decoração e, claro, a preparação do café. Isso é difícil de replicar em casa, mas existem algumas ferramentas que podem te ajudar a chegar mais perto dessa experiência. Mas isso é assunto para outro post… Sim, eu sei, vou me lembrar de falar sobre isso, prometo! 😊
A segunda questão, e que quero expor aqui, é sobre a própria extração do café. Gente, apenas cerca de 30% do café é solúvel. Os 70% restantes não se dissolvem na bebida, formando a borra. No entanto, não queremos dissolver toda essa porcentagem solúvel, pois existem sabores que preferimos não ter na nossa bebida. O ideal é extrair entre 20% e 25% do café, e para isso, precisamos controlar algumas variáveis. Para isso, aqui estão alguns itens essenciais para uma boa extração:
O que você vai precisar:
- Água boa – Filtrada, sem cloro e sem impurezas (rsrsrs).
- Chaleira de bico de ganso – Para um controle preciso do fluxo de água.
- Termômetro – Para garantir que a temperatura da água esteja ideal.
- Balança com timer – Ou uma balança de precisão com timer, que pode ser o próprio celular.
- Moinho – Existem dois tipos principais: os de hélice (menos precisos) e os de discos (mais precisos e uniformes).
- Método de extração – Recomendo métodos que utilizam a dinâmica de extração por gravidade, como o Hario V60.
- Filtros – Para o método escolhido.
- Proporção café x água – Uma boa referência é usar 1 parte de café para 15 partes de água.
- E o mais importante: UM BOM CAFÉ!

Incorpore esses itens à sua rotina aos poucos, ou, se puder, faça um investimento. Vale muito a pena!
Com esses itens, estamos prontos para começar nossa jornada de mindfulness. E lembre-se: após coar o café, vem o grande prêmio – saborear a vida! Esse momento é ouro, e tudo isso não leva mais de 10 minutos entre a preparação e o sabor. Portanto, trate o café como um ritual que integra seu dia, oferecendo sabor, energia e saúde mental.



