Sempre que você entrar na Montañita, vai ouvir um som ambiente, e ele SEMPRE é de música latina. A música latina foi a primeira bandeira que a gente fincou em terras paratienses. Antes mesmo da chegada do nosso torrador de café, a gente ligou os alto-falantes da loja, e nos pusemos a dançar, a luz de velas, no nosso primeiro Carnaval local, quando faltou luz e a instalação da máquina de cafés atrasou. A música conecta a América Latina: a salsa, inventadas por imigrantes latinos radicados em Nova Iorque, penetra todo o Continente, nos hermana, nos conecta desde uma raiz bem profunda, a do corpo livre em movimento. Nosso inconsciente se conecta com suas raízes africanas, com a candência dos malandros nas geografias íngremes de todos os guetos, uns que baixam, outros que descem, mas nenhum absolutamente plano. Dentro de nós tem uma ginga, e até aqueles que se autodeclaram ter dois pés esquerdos, desenham pelo menos um sorriso no rosto quando os tambores soam.
Rendemos com frequência homenagem à nossa origem latina. De vez em quando os donos de Montañita, Juan e Nerita, são pegos em flagrante dançando animadamente, rodopiando pelo salão de café, que também é de baile, porque a vida não se vive somente, se dança enquanto vivemos. Com a dança esquivamos as mazelas do dia a dia, un pasito pa cá, os momentos duros que tentam nos acertar, otro pasito pa allá. E para enriquecer a nossa biblioteca de ritmos, desta vez pedimos ajuda para a nossa querida amiga, bailarina e pesquisadora de ritmo afrolatinos, Steff Insuasti (no Instagram @steff.insuasti)
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A Steff já visitou o Brasil, dançou com a gente na Montañita, e era a pessoal indicada para fazer essa ponte Brasil-América Latina. Ela bolou uma mixtape no Spotify – Saboreando A Vida – , uma seleção belíssima de ritmos latinos, que são um passeio por um vasto panorama musical que o nosso continente tem para oferecer. A playlist tem ritmos que vão desde as tradicionais flautas andinas até a mais nova salsa colombiana, e a gente adorou. Obrigada por compartilhar com a gente seus saberes que passam pelo movimento do corpo, Steff. É para colocar play, arrastar os móveis e deixar balançar o esqueleto enquanto a gente aprende, e muito!, sobre os mais diversos ritmos que configuram a música latina. Aumenta o som!
